Nos casos em que a proliferação é baixa e o tumor pequeno, há mulheres que recusam a radioterapia. Há também médicos que não acham necessário prescrevê-la.
No meu caso, tendo em conta que, apesar do indicador de proliferação ser baixo (15%) o tumor era grande (5.8 cm antes da quimio, 4.4 cm na análise patológica pós-cirúrgia), vou aceitar fazer esta terapia.
Outros factores que afectam a decisão, e também o planeamento do tratamento, são as margens deixadas em relação ao tumor e o número de gânglios afectados (no meu caso, três dos 12 retirados, incluindo o sentinela).
A palavra radiação deixa-vos como a mim, os (escassos) cabelos em pé? Com toda a razão – a radiação tem efeitos secundários arrasadores e não falo das queimaduras na pele e da fibrose do músculo peitoral mas dos danos nos pulmões e outros órgãos que podem resultar em vários tipos de doenças, como o cancro, e que só surgirão daqui a cinco, dez ou 15 anos.
Portanto, para além da decisão de fazer ou não radioterapia é preciso estar seguro de que o tratamento é feito por bons especialistas e escolher o melhor tipo de radioterapia externa.
No hospital público, onde estou a ser tratada, usam a técnica de Radioterapia Conformacional (Three-dimensional Conformal Radiotherapy ou 3D-CRT), por cinco semanas, e no privado propuseram-me a Radioterapia por Intensidade Modelada (Intensity Modulated Radiation Therapy - IMRT) por três semanas.
Ouvi o que cada um dos especialistas me explicou e procurei informação comparativa entre ambas, incluindo este estudo, este outro e este artigo (os últimos são sobre cancro da próstata mas muita da informação pode ser conclusiva para o da mama). Aparentemente a IMRT, pode ser modelada à volta dos órgãos, poupando-os à radiação máxima. No entanto a radiação secundária ou residual, digamos, é bastante difusa e vai atingir os órgãos. Na 3D-CRT a radiação acontece através de feixes directos que se cruzam – se o limite de um órgão estiver no seu caminho é também apanhado por essa radiação máxima tangencial.
Venha o diabo e escolha? No meu caso tenho escolha porque pago para um subsistema de saúde que me permite o acesso ao privado. Mesmo assim, continuo com dúvidas….
Nota: entretanto fiquei a saber que no hospital público também usam IMRT mas não me foi proposto. Porquê?
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