sábado, 21 de janeiro de 2017

Ainda os miomas e a terapia de substituição hormonal


Assim, como escrevi no post anterior, acredito que foi o estrogénio produzido nos ovários e nas glândulas supra-renais que era dirigido e acumulado nos meus miomas, que, excisados estes, passou a dirigir-se para as glândulas mamárias (foi-me detectado um carcinoma lobular invasivo). Seria interessante compreender a relação entre uma coisa e outra: aumenta o número de quistos mamários nas mulheres a quem são retirados os miomas? Quantas mulheres têm cancro da mama depois de lhes serem retirados os miomas? Uma mulher que tem miomas tem mais tendência para ter cancro da mama? Para além do estudo científico referido no post anterior não encontro investigação sobre esta relação, apenas a referência de que a causa é a mesma, o maldito estrogénio… O estabelecimento de uma relação directa poderia pôr de sobreaviso aquelas mais atormentadas pelos miomas e salvar vidas.
Ainda em relação às causas do meu cancro, de uma coisa tenho certeza: a hiperestimulação ovárica através da dose dupla do medicamento de terapia hormonal de substituição (THS) combinada (estrogénio e progesterona) contribuiu para o seu desenvolvimento. O que me havia de acontecer, logo eu que sou pelos métodos naturais e estava decidida a não tomar nada quando a menopausa chegasse, dali a uns cinco ou seis anos (parece que a genética interfere nisto e a minha irmã e a minha mãe só lá chegaram por essa altura - aos 50 não tinha sequer sinais de perimenopausa).
Sobre esta terapia já li de tudo, inclusive que mulheres que tiveram cancro da mama, ao fim de cinco anos podem fazer substituição hormonal... porém um estudo recente publicado no British Journal of Cancer alerta para uma relação directa entre este tratamento efectuado na menopausa e o cancro da mama (notícia em português). Um mês de THS combinada após a retirada dos miomas deve ter sido, senão a causa, pelo menos a cereja no topo do bolo para o meu cancro da mama.

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