Quatro dias depois da
cirurgia e quando só estava em casa há dois dias, tiraram-me os drenos. Desde
ai que o maldito seroma não me larga.
A radioterapia deve
começar, idealmente, na quinta semana após a cirurgia. Nalguns casos o
adiamento pode ir até à oitava semana. No meu caso essa data já passou a 1 de
Fevereiro (fui operada a 7 de Dezembro) mas como não me podem fazer os
tratamentos de rádio com seroma, a espera continua.
O seroma é líquido linfático
que não é absorvido e se acumula na
axila. Quanto maior a massa tirada (como por exemplo na mastectomia radical
modificada que é o meu caso) mais probabilidade existe de se desenvolver. Mas
nem sempre acontece. Segundo os médicos, a enfermeira que me trata e estudos
que li, não existe nada que possa ajudar a prever o seroma a não ser a quantidade
de massa tirada (mastectomia e esvaziamento axilar deixam-nos mais perto do prémio
nesta lotaria injusta).
Também não há nada para o
precaver ou curar: a faixa de elástico por cima do peito nada faz e há estudos
que mostram que essa técnica já nem devia ser usada. Uso-a apenas para dar um
pouco mais de suporte ao peito quando faço esforços (carregar sacos, estender
roupa e fazer outras coisas que sei que não devia fazer) mas quando o seroma é
muito só aumenta a dor.
Um médico da urgência
disse que em relação ao seroma a única coisa a fazer é pôr a literatura em dia –
ficar no sofá a relaxar. Se tivesse seguido o conselho, nestes dois meses já
tinha esgotado a Biblioteca Nacional. A enfermeira que me drena o seroma duas
ou três vezes por semana diz que ficar quieta é mau – compromete a articulação
do ombro e a mobilidade. É das minhas – eu se ficasse quieta com todos os
problemas musculo esqueléticos que tenho ficava entrevada, como bem diz o meu
osteopata.
Por isso, apesar do seroma,
lá vou hoje recomeçar a ir ao ginásio.
E como o seroma passou de
110cc há duas semanas para 60cc ontem e nada é para sempre (nem eu) pode ser
que o danado esteja a estrebuchar e me deixe seguir com a minha vida.
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