Amanhã
faz três meses que fui submetida à mastectomia radical modificada. Mama e mamilo
removidos, três gânglios positivos dos 12 retirados. Por causa do seroma (que só
diminuiu para 10 cc há pouco mais de uma semana) não pude iniciar a radioterapia
que era suposto acontecer cinco a oito semanas depois da operação.
Há uns
minutos a radiologista telefonou-me a marcar para dia 13 de Março o início da
radioterapia, por cinco semanas, todos os dias. Perguntei-lhe se ainda valia a
pena, se três meses depois seria efectiva e disse-me que sim. Perguntei-lhe
ainda em que percentagem diminuiria a possibilidade de recorrência local mas não
me soube dizer, não sei se entendeu a questão. Depois de ter optado pela
radioterapia tradicional 3D (em vez da modelada, que seria no hospital privado)
continuo com muitas dúvidas: vale a pena arriscar a minha saúde (a da minha tiróide,
por exemplo, uma vez que tive hipertiroidismo) para reduzir a possibilidade de
recorrência local (e eventualmente distante, uma vez que se tiver células
cancerígenas localmente podem «viajar»)?
Depois
do seroma fiquei com um nódulo fibroso de dois cm de diâmetro que me tolhe os movimentos
e pode vir a causar linfedema. Irá a radiação aumentar essa possibilidade?
Procurei informação que me permitisse compreender o
que ganho com a radiação, ou seja em que percentagem diminuem as possibilidades
de recorrência no meu caso. Se for menos de dez por cento penso que não vale a
pena arriscar. Encontrei um calculador da Universidade do Texas para mulheres com mais de 65 anos. Penso que esta ferramenta foi desenhada pelo facto de após
essa idade a utilização da radiação ter que ser muito reflectida devido aos
efeitos secundários. Mas não encontrei nada para mulheres mais novas…Existe, no entanto, o MamaPrint, teste genómico que avalia o risco de recidiva, já referido no post anterior e que foi notícia em Portugal há um ano (se me tivesse informado em vez de trabalhar como uma louca quando descobri o cancro em Maio do ano passado talvez me tivesse salvo da quimio). Com base na percentagem de risco desse teste pode-se evitar a quimio e/ou radio. O Mindact, um estudo baseado no teste permitiu perceber que metade das mulheres que fizeram quimio o poderiam ter evitado. O problema é que custa três mil euros na Fundação Champalimaud e no hospital público só o fazem a algumas (a maioria das utentes nem deve saber o que é para o poder exigir). Talvez a mim me tivesse salvo desta menopausa súbita e incapacitante.
Estás demasiado ficada em estudos e estatísticas. Hidrata a pele e deixa-te de merdas. Seja qual for a percentagem de deminuocso da recidiva vale a pena. E 10% é uma enormidade.. essa será talvez a probabilidade sem Rt
ResponderEliminarTalvez tenhas razão Mimi. Vamos lá olear a mama... ou o que resta dela.
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