Argumentos a ponderar para recusar a radioterapia no meu caso (atenção, apenas no meu caso. Quem fez apenas uma lumpectomia deverá geralmente fazer radioterapia ao restante tecido mamário. Quem fez mastectomia e esvaziamento axilar e tem mais de quatro gânglios afectados deverá, sem dúvida, fazer o tratamento. E mesmo quem, como eu, tem um a três gânglios envolvidos deverá fazer radioterapia, se bem que poderá haver condições atenuantes, digamos, a considerar):
1- A radioterapia deve ser
iniciada quatro a oito semanas após a cirurgia. Devido à existência de seroma
já se passaram 14 semanas, o que diminui a efectividade do tratamento (não encontrei referências sobre o assunto que se aplicassem ao meu caso, se bem que
haja muita informação sobre atrasos no tratamento de pacientes sujeitas a
lumpectomia).
2- O seroma encapsulou,
criando um edema e uma fibrose que me limita o movimento. A radioterapia poderá
causar mais fibrose o que aumenta a possibilidade de linfedema (10 a 15 por
cento).
3- O cancro estava
circunscrito aos três gânglios afectados não havendo vestígios externos, na
massa axilar, digamos.
4 - Se mais tarde houver
recorrência local (no cancro dos ductos operado com lumpectomia essa possibilidade
é maior, no lobular invasivo (o meu caso) há mais tendência para metástases
distantes) a radiação poderá ser utilizada no peito uma vez que esses tecidos não
terão sido ainda irradiados.
5- Tenho consciência de que
as células cancerosas existentes localmente se podem espalhar ou já ter
espalhado, por isso vou fazer análises regulares (a 15 de Março os marcadores
tumorais mostravam que estava tudo bem).
6- Tenho conhecimento de
que a radioterapia diminui em mais de dez por cento a possibilidade de
metástases (comparando as mulheres mastectomizadas com um a três gânglios
afectados (o meu caso) que fizeram radio com as que não o fizeram: a
recorrência local foi de menos 16 por cento; a primeira recorrência (a 10
anos) foi de menos 11.5 por cento e a mortalidade foi de menos 7.9 por cento
(ou fim de 20 anos) segundo estudo financiado pela Cancer Research UK publicado
no The Lancet em 2014.
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