A
radiação faz mal como a morte da própria Marie Curie testemunha. Ou a das
vítimas de Hiroshima e Nagasaki.
Já aqui vimos que são usados dois tipos de
tratamento no caso do cancro da mama (3D conformacional e IMRT). Ambos podem causar sequelas permanentes, entre
elas o encapsulamento da prótese ou seja a criação de fibrose na zona irradiada,
que aparece meses depois dos tratamentos. Sobre este assunto encontrei um artigo médico
interessante que refere um estudo em que a administração de vitamina E (400 IU
por dia) e de PTX - pentoxifylline (400mg - um
comprimido três vezes por dia) durante seis meses após oo final da
radioterapia reduz significativamente a fibrose causada pela radiação. Conheço
várias mulheres que tiveram este problema: depois da rádio ficaram com uma
massa dura como uma pedra em vez de mama.
Mas
a lista de efeitos secundários desta terapia não se limita às fibroses, apesar
de estas serem comuns e aterrorizantes, uma vez que limitam a mobilidade. O linfedema é
outra «simpática» possibilidade. Sobre este muito há a dizer e no futuro ele
merecerá um post só seu. Sem gânglios, o braço está sujeito a ficar inchado
devido a um pequeno corte, queimadura ou infecção ou devido à radiação na zona
axilar. O inchaço é extremamente limitante e é para a vida.
Também o parahipertiroidismo parece esta relacionado não só com o cancro da mama em geral
(ver estudo) mas também com a radioterapia na zona do peito (ver estudo). Nesta doença
a glândula que regula o cálcio no organismo (e que fica por trás da tiróide) fica
desregulada causando osteoporose, fadiga crónica, pedras nos rins, ataques de
coração.
Quanto
às queimaduras, são a reacção já esperada da radioterapia e parecem-me o efeito menos grave. São piores para as
peles claras.
Eu,
com os minha tendência para as fibroses (miomas, tendinites, entorses
anquilosados e afins), com o meu hipertiroidismo (sim, eu sei não é mesma coisa
mas anda lá perto) e com a minha pele de ruiva terei alguma sorte com
a radioterapia?
Bom,
deixei para o fim os efeitos secundários mais óbvios: cancro da pele, cancro do
pulmão e cancro dos ossos… que só aparecerão dez ou quinze anos depois do tratamento.
Contudo o argumento contra a rádio não se fica pelos efeitos secundários (como se estes
não bastassem): a radiação pode criar células estaminais de cancro da mama que
são 30 vezes mais resistentes à quimioterapia e à própria radiação, como demonstrou um estudo da UCLA em 2012 (ver notícia).
Ou seja as células irradiadas perdem a capacidade de apoptose (morte programada) e tornam-se mais resistentes, sendo responsáveis pela criação de metástases.
Assim, como se sabe se uma metástase foi criada pelo cancro original ou por tais células estaminais resultantes do tratamento de radioterapia? Os médicos provavelmente vão vender-vos a primeira teoria.
Por isso, é preciso reflectir nos prós e contras da radioterapia antes de nos sujeitarmos a ela e compreender se é adequada para o nosso caso.
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