sábado, 13 de maio de 2017

Um cancro emocional



«De certa maneira (…) ficamos a saber a vida de uma pessoa pelo tipo de cancro de que ela padece», Haruki Murakami (A Rapariga que Inventou um Sonho 2006, p.25).
O cancro da mama é um cancro das emoções. Tirando os casos em que a genética interfere, grande parte das mulheres que tem cancro da mama fala em períodos de stress, cansaço, perda ou angústia anteriores à descoberta do dito. Depois, esses tumores embrionários, no caso dos cancros chamados hormonais (RE+ e RP+), são alimentados pelas hormonas de uma gravidez tardia, ou as da terapia de substituição hormonal, por exemplo.

Qualquer corpo produz células cancerígenas regularmente. Um bom sistema imunitário impede-as de proliferar. Um sistema imunitário fortemente afectado pelo stress e pelo stress oxidativo fica à mercê dessas células deficientes. No caso dos cancros chamados hormonais, se essas células forem alimentadas pelo estrogénio – o das pílulas e medicamentos, o dos tóxicos presentes na alimentação, no ambiente e nos produtos de higiene e limpeza e mesmo o dos desequilíbrios hormonais – proliferam. Não são as hormonas que provocam cancro como muita gente pensa. Se assim fosse as adolescentes, estavam todas com cancro! O Professor Gershom Jajicek explica exatamente isso: o estrogénio não inicia a neoplasia, promove-a.
No meu caso este processo aplica-se: em Maio de 2015 uma mamografia revelava que não tinha cancro ou tumores (BIRADS 1 para a mama direita) nem qualquer suspeita. Após, isso, numa altura em que sentia que necessitava de levar uma vida mais calma e ir de férias (o que não fazia há anos, adiando desde a defesa de doutoramento) entrei numa situação profissional de grande stress – não tanto pela quantidade de trabalho e viagens constantes, com o que estou habituada a lidar, mas pela pressão humana da parte de uma hierarquia sem respeito pelos outros. Em stress, o meu sistema imunitário ficou debilitado – estava sempre constipada, com gripe. Entretanto a remoção dos miomas (alimentados pelo estrogénio) e a tomada de hormonas (pílula do dia seguinte seguida de terapia de substituição hormonal, por um mês) foram o suficiente para, no prazo de dois ou três meses, desenvolver um tumor que em Maio de 2016 tinha 5.8 cm.

É necessário ter atenção ao nosso corpo em períodos de grande pressão psicológica – há quem afirme que o cancro da mama é emocional. Eis um artigo sobre a relação entre a imunidade e o stress publicado pela American Psycological Association. Nesta entrevista um oncologista e um Professor de Medicina Integrativa examinam essa relação.

Apesar dessa relação óbvia entre o stress e a queda da imunidade, um estudo recente na Grã-Bretanha afirma não haver qualquer relação entre o stress e o risco de cancro da mama, isto apesar de 34 por cento das mulheres diagnosticadas positivamente viver em stress e 74 por cento ter tido um evento stressante recente... (é fantástica a maneira como as estatísticas manipulam a realidade).
A questão não é o stress em si – é a forma como este afecta a imunidade. E não me digam que não há relação entre um sistema imunitário deprimido e o cancro….
E temos ainda a prova de que as células cancerígenas crescem mais depressa quando o organismo está em stress, tema já bastante estudado.
Se eliminarmos o stress, controlarmos as hormonas e reforçarmos o sistema imunitário o tumor fica privado do que o causou e do que o alimenta e é atacado por uma imunidade renovada. Há mulheres que têm tumores e que recusam a quimio (essa assassina e agente de esterilização em massa) e a cirurgia, e que, seguindo um tratamento de controle hormonal e reforço da imunidade, vêem os seus tumores mamários diminuir, desaparecer.

Portanto, controlar o stress, a raiva, a sensação de perda, a angústia e a depressão é vital para tratar o cancro ou para evitar uma recidiva.


1 comentário:

  1. Faz todo o sentido e explica o facto de num ano estar tudo bem e no ano seguinte acusar um tumor, em quem faz exames regularmente, de ano a ano ou de 6 em 6 meses...

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