Interessante esta entrevista do Expresso com o médico Manuel Pinto Coelho, que fala de alguns assuntos que já aqui referi e de outros que serão objecto deste blog brevemente, como a água do mar.
A deficiência de vitamina D é um dos factores de risco para
o cancro. Por exemplo, nos Estados Unidos a dose mínima recomendada está muito
abaixo dos níveis bons para prevenir doenças cancerosas. Se não se puder
apanhar sol há sempre a possibilidade da suplementação. Mas o melhor e mais
barato é mesmo o banho de sol. Basta apanhar 15 a 30 minutos de sol todos os
dias, sobre a maior extensão possível de pele nua, sem protector solar. O vosso
corpo gerará vitamina D3 (calciferol) suficiente para manter o vosso sistema
imunitário.
Eis um artigo sobre o assunto, do American Journal of Clinical Nutrition e outros sobre a importância da vitamina D para a prevenção do cancro colo-rectal (a segunda maior causa de morte por cancro nos EUA e a primeira na
Europa) e do cancro da mama (este e este)
É importante ter em conta que: quanto mais escura for a
vossa pele menos vitamina D produzirá (as sardentas, como eu, precisam de menos
sol, as negras e morenas, de mais); quanto mais longe do equador estiverem
menos vitamina produzem; menos horas de dia e mais de noite menos vitamina D, dai ser tão importante apanhar sol no inverno.
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Foto de Pedro Libório |
Não se esqueçam de que não fomos feitos para estar num
escritório durante as horas de sol – os nossos antepassados corriam atrás dos animais
ou plantavam hortas ao ar livre. Só há um século é que passámos gradualmente a
ser todos bichos de interior.
Sem protector solar? E os escaldões? E o cancro da pele? Perguntam
vocês.
Não precisam de apanhar sol durante muito tempo e podem ir
aumentando o tempo de exposição gradualmente.
O que interessa é aproveitar os UVB e para tal, nada de
protectores solares que os bloqueiem. Pior – são compostos por substâncias
altamente tóxicas que libertam radicais livres quando expostas ao sol, actuam
como se de estrogénios se tratassem, desequilibrando o vosso sistema endócrino (algo
a ter em conta sobretudo para nós, as do cancro da mama sensível às hormonas)
para além das reacções alérgicas e irritação da pele.
As substâncias a evitar nos protectores solares são: oxybenzona,
methoxycinnamate e PABA que são estrogénicos. Se o vosso protector tiver estas
substâncias deitem-no fora já! Mas há ainda outras substâncias tóxicas (em inglês
que é muitas vezes a língua dos ingredientes destes produtos), para amnino
benzoic acid, octyl salicyclate, cinoxate, dioxybenzone, phenylbenzimidazole, homosalate,
menthyl anthranilate, octocrylene, methoxycinnamate e parabenos (estes usados
para conservar).
Há dois tipos de protectores solares: os não minerais que penetram na pele, são disruptivos para as hormonas e libertam radicais livres sendo o seu mais comum ingrediente a oxybenzona; e os minerais que contêm zinco e titânio. Estes não têm os efeitos dos acima referidos e bloqueiam melhor os UVA.
Acabei de verificar o protector solar de corpo que usei o
ano passado: contem um dos três piores tóxicos, methoxycinnamate, para além de «parfum»
- perfume ou fragance o que quer
dizer que não sabemos o que lá está – os produtores não são obrigados a revelar
o «segredo» do seu perfume, que contem, amiúde, ftalatos, outro disruptor do sistema endócrino. Este vai para o lixo. Leiam o rótulo do vosso protector, seja
de supermercado ou de farmácia (pela minha experiência estes não são necessariamente
melhores).
Ultimamente uso apenas protector para a cara e mãos – na água
o fato de surf protege o corpo, em terra o meu velho casaco e o chapéu fazem o
mesmo efeito. Depois de alguns dias, já não é preciso tanta protecção a pele
vai ganhando cor. Mas evito sempre expor a barriga, o peito e as costas nas
horas se sol mais intenso.
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