Fez esta semana um ano que descobri um tumor enorme na mama
direita, que não estava lá um mês antes.
Um ano de cancro. Um ano em que pela primeira vez na minha
vida fiz algo determinante para o meu futuro de que me arrependo:
quimioterapia. Um ano em que me trataram os efeitos de um cancro da mama, um
tumor, mas não a sua causa. Ao fim deste tempo temo pela minha vida mais do que
temia quando o dito foi detectado – com o sistema imunitário debilitado pela
quimio (tenho a contagem de glóbulos brancos abaixo do normal, as feridas não
saram, constipo-me facilmente) colocada em menopausa precoce e súbita por uma
castração química, com problemas articulares graves, sinto que estou à mercê do
mal. Tenho investido na alimentação e suplementação. Mas será que chega? Será
que o estou a fazer da maneira correcta?
Da medicina clássica não recebo apoio – estive na urgência
do hospital público depois de tossir durante duas semanas, com formigueiros nos
pulmões e ter fortes dores do lado direito do abdómen e guinadas na mama
operada: mandaram-me para casa com um anti-histamínico e recomendação de ir ao
ginecologista. Nunca um médico me disse para relaxar mais, tirar férias ou me
receitou uma vitamina, apesar de detectarem que estou com as defesas em baixo.
Fui ao privado e pedi exames: estão marcados para breve.
Uma espada de Dâmocles pende sobre a minha cabeça.
Uma espada de Dâmocles pende sobre a minha cabeça.
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