sexta-feira, 12 de maio de 2017

Um ano de cancro



Fez esta semana um ano que descobri um tumor enorme na mama direita, que não estava lá um mês antes.
Um ano de cancro. Um ano em que pela primeira vez na minha vida fiz algo determinante para o meu futuro de que me arrependo: quimioterapia. Um ano em que me trataram os efeitos de um cancro da mama, um tumor, mas não a sua causa. Ao fim deste tempo temo pela minha vida mais do que temia quando o dito foi detectado – com o sistema imunitário debilitado pela quimio (tenho a contagem de glóbulos brancos abaixo do normal, as feridas não saram, constipo-me facilmente) colocada em menopausa precoce e súbita por uma castração química, com problemas articulares graves, sinto que estou à mercê do mal. Tenho investido na alimentação e suplementação. Mas será que chega? Será que o estou a fazer da maneira correcta? 
Da medicina clássica não recebo apoio – estive na urgência do hospital público depois de tossir durante duas semanas, com formigueiros nos pulmões e ter fortes dores do lado direito do abdómen e guinadas na mama operada: mandaram-me para casa com um anti-histamínico e recomendação de ir ao ginecologista. Nunca um médico me disse para relaxar mais, tirar férias ou me receitou uma vitamina, apesar de detectarem que estou com as defesas em baixo. 
Fui ao privado e pedi exames: estão marcados para breve.
Uma espada de Dâmocles pende sobre a minha cabeça.

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