sexta-feira, 7 de abril de 2017

A minha dieta



Tenho a certeza se que se não reforçar o meu sistema imunitário poderei ter uma recidiva. Tratar o cancro ou preveni-lo pela via natural é possível. Mas não basta tomar qualquer produto anti-tumoral anunciado na net. É preciso um plano, persistência. Não que tenha que ser difícil, também. Basta comer bem (interessa é saber o quê), tomar alguns suplementos de substâncias que não encontramos na comida e fazer exercício. Se tivermos alguém que nos ajude nesse processo tanto melhor. Eu infelizmente, não encontrei ninguém, dai ter começado esta investigação a solo. Se a minha experiência vos poder ajudar tanto melhor.

Tenho cancro (sim tenho, porque o facto de removerem um tumor não quer dizer que não tenha cancro, uma vez que a causa não foi tomada em conta no tratamento) mas não por comer mal. Talvez abusasse um bocadinho do vinho, de vez em quando, e dos cappucinos quando estava um dia inteiro a viajar e a dar aulas na universidade, mas de resto sempre comi muitos vegetais, pouca carne ou fritos e nenhum açúcar – nunca gostei de doces ou refrigerantes, mesmo em criança.
Assim, mude apenas alguns pequenos aspectos na minha alimentação. Eis o que como:

1. evito carne de vaca e frango por causa das hormonas e, se, uma vez por outra a como num restaurante, favoreço a de animais de caça ou pasto (cabra de chanfana, borrego, galinha do campo e coelho). Porco já não como há anos – o cheiro enjoa-me. Talvez coma carne, três ou quatro vezes por mês.

2. favoreço os peixes pequenos, que terão absorvido menos metais pesados do que os grandes como o atum, espadarte e tubarão, e que são, de qualquer modo, peixes em risco de extinção (um blog sobre o assunto – reparem nos testes feitos nas águas portuguesas -  e as recomendação da Natural Resources Defence Coucil e da FDA). É preferível escolher as anchovas (adoro!) carapau, sardinha, enguias, cavala e outros peixes pequenos que se encontram nas nossas águas.
 Não como peixes de aquacultura que estão carregados de PCBs como a dourada e robalo que nos servem nos restaurantes em Portugal. O salmão é outro que tal, mas de vez em quando compro, uma vez que o selvagem é caro. Na terra da minha mãe, Peniche, como peixe quase todos os dias. Em Lisboa como cerca três de vezes por semana.
 
3. como ovos, de preferência caseiros, e legumes (ervilhas favas, lentilhas, grão, feijão mas evito a polémica soja) para equilibrar, uma vez que como pouca proteína animal.
4. bebo leite de cabra em vez do leite de vaca, cheio de hormonas. O de cabra tem menos lactose e mais vitaminas B6 e A, cálcio, potásio e magnésio. Bebo muito pouco, uma vez que só o ponho no chá preto de manhã (vejam este estudo sobre o leite de cabra e o seu feito protector na hepatocarcinogenesis e esta história de vida). Custa-me 1.99 euros por garrafa. Como um iogurte por dia (natural e de preferência feito em casa com leite de cabra, quando tenho tempo). Como queijo de ovelha e cabra.

5.como duas a três vezes mais fruta e vegetais do que comia antes de saber que tinha cancro. Para além do consumo normal às refeições, faço um batido com metade de cada e bebo ao longo do dia. Há dias em que faço dois batidos, se estiver por casa.
Uso os frutos e vegetais da época mas uso regularmente bróculos e amoras (congelados quando não há frescos) e romãs por causa do ácido elágico, que têm um efeito nos receptores de estrogénio semelhante ao Tamoxifeno, droga que resolvi não tomar. Quando não consigo comer estes vegetais e frutos, suplemento com I3C Índole Carbinol e concentrado de romã. Como pelo menos um limão por dia, porque é altamente alcalinizante.

6. como pão integral ou de centeio e cereais ao pequeno almoço, juntamente com sementes (girassol, papoila, chia, pevides) gérmen de trigo, vários tipos de nozes. Vou variando. Mas como sempre três colheres de sopa de sementes de linhaça moídas, excelentes para prevenção do cancro da mama.

7. uso e abuso das ervas e especiarias. Uso e abuso da erva de São Roberto (cresce nas minhas varandas) e da salsa, excelentes para prevenção mas cuidado com a sálvia. Tento usar, todos os dias, curcuma ou açafrão da Índia, testada e comprovada pelas suas propriedades anti-inflamatórias (as minhas pobres articulações agradecem) e anti-cancerígenas.

8. bebo vinho tinto uma a duas vezes por semana mas evito passar dos dois copos. Bebo cerveja preta de vez em quando. Não bebo outras bebidas alcoólicas e sobretudo evito bebidas brancas. Bebo chá preto indiano – sei que o verde é mais anti-oxidante mas não me agrada tanto, por isso só bebo de vez em quando. Bebo infusões, nomeadamente a mistura de urtiga, calêndula e milfolhada.

Como vêem não é difícil comer para prevenir o cancro da mama.

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