quarta-feira, 25 de outubro de 2017

O cancro e os nossos animais 2: dieta crua, cetose e cannabis

A série The Truth About Pet Cancer continua, com os episódios 3 e 4 disponiveis online.
Se, mais uma vez a refiro aqui, é porque muitos dos testemunhos dos cientistas e médicos que foram recolhidos interessam não só aos donos (agora diz-se «pais», LOL) de animais mas também a nós humanos que tentamos evitar o cancro ou curá-lo.
Sempre que vou ao veterinário este reforça que devo dar apenas secos aos meus gatos e aconselha sempre as mesmas marcas. Trata-se de algo chamado, em inglês, brand loyalty, a fidelidade a uma marca que começa a sercultivada pelas coorporações que produzem comida animal junto dos veterinários quando estes ainda são jovens, na faculdade. E funciona muito bem, sobretudo porque os veterinários - tal como os médicos - não estudam nutrição, o que os poderia ajudar a perceber que a melhor alimentação para os bichos é a que se assemelha ao que comeriam em estado selvagem ou ao que os seus congéneres, lobos e gatos selvagens, caçam. A dieta  crua para cães e gatos (dei receita no último post) é uma opção mais saudável.


Os meus bichos: Ziggy e Mimi.
Uma questão essencial abordada neste episódio é a relação entre o cancro e os quimicos presentes nos tratamentos para as pulgas e carraças que lhes metemos no pelo ou os fazemos ingerir em forma de comprimidos. Uma alternativa é o D-limolene que podemos utilizar misturando óleo essencial de citrinos (toranja, laranja, limão) com água e pulverizando os bichos de seguida.
Há também produtos homeopáticos para o efeito.
O episódio 3 vale sobretudo pela informação sobre um estudo científico que está a ser conduzido na Dinamarca sobre a ração e a sua relação com doenças caninas (começa ao minuto 19): a homocistina (relacionada com algumas doenças) aumenta com a comida seca, por comparação com a dieta crua.
A herança epigenética dos nossos animais é uma preocupação crescente - o cancro não é transmitido ou herdado mas se não alteramos a sua dieta, as novas gerações serão ainda mais propensas a esta doença uma vez que as toxinas afectam a expressão do ADN.
É o nosso exposoma que determina a nossa saúde e o mesmo acontece com o exposoma dos nossos bichos; sim, porque é a totalidade das exposições, externas e internas, a que somos sujeitos (ambiente, clima, stress, contaminantes, exercío físico, alimentação, hormonas, stress oxidativo, inflamação) que vai determinar o nosso risco de cancro. 


Castrar os animais cedo demais impede-os de usufruir do efeito protector das glândulas. Castrei os meus aos seis meses - sobretudo para ele, foi muito cedo e ainda por cima ficou com uma infecção.

No episódio 4 desta série é introduzido um tema que, para mim, é novidade: a cetose. Esta é produzida pelo fígado quando há uma dieta baixa em carbohidratos (por exemplo, em jejum), criando um estado metabólico que aumenta a função cognitiva, as defesas, a capacidade anti-inflamatória e, como resultado, a capacidade do corpo lutar contra o cancro . Os animais quando estão doentes deixam de comer e, muitas vezes, ao fim de algum tempo, recuperam. Nesses casos o processo da cetose ajuda-os a ultrapassar a crise. A dieta cetogénica está a ser muito utilizada para tratar animais com cancro.
Temos ainda de nos preocupar com o meio ambiente em que vivem os nossos queridos de quatro patas: ruas poluídas pelo dióxido de carbono dos automóveis, jardins limpos com glifosato e plantados com fertilizantes, tapetes lavados com detergentes cheios de ftalatos (os mesmos que espalhamos na nossa pele através do cheiroso creme hidratante), brinquedos de plástico com bisfenol A e a radiação emitida pelo wifi da casa, pelos computadores e pelos telemóveis.

A Mimi só quer comer ração.Procuro uma dieta natural de que goste e que seja económica.
E como tratar aqueles que já têm cancro? Bom, com ... cannabis. Os efeitos curativos desta planta são há muito conhecidos (a Food and Drug Administration já admite que cura o cancro) mas infelizmente o estigma a que está associada impede a sua utilização generalizada.
A cannabis tem um efeito citotóxico (como a quimioterapia): interrompe a proliferação celular e como pára a angiogenese, a criação de novas células, impede o crescimento de novos vasos sanguineos que alimentam o tumor, impedindo também o crescimento de novos tumores e metástases. Este agente pró-apoptose (morte celular, já aqui explicada) tem sido empregue no tratamento de animais com bastante sucesso. É ainda um excelente adjuvante para os pacientes que escolhem o tratamento tradicional com quimioterapia e radiação.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

O cancro e os nossos animais

Os mesmos autores da série The Truth about Cancer lançaram agora a série The Truth About Pet Cancer
Os nossos animais de estimação, tal como nós, morrem de cancro em números muito superiores áqueles de algumas décadas atrás.
Há veterinários que afirmam que mais de metade dos seus pacientes morrem de cancro.

O que causa esta mortandade canina e felina sem precedentes? É simples: o mesmo que faz com que cada vez mais humanos morram de doenças oncológicas, ou seja, o ambiente, a água e a alimentação. Os poluentes do ambiente como os pesticidas e os metais pesados, os químicos da água, como o fluór e o cloro, e a comida seca - feita de cereais e proteína de baixa qualidade e que, nalguns casos é constituida por mais de 50% de açúcar - levam-nos os nossos queridos de quatro patas, depois de muito dinheiro gasto em veterinário, e sobretudo depois de muito sofrimento. 
Para os tratar a escola clássica de veterinária oferece a «chapa três», a mesma que é oferecida aos humanos: cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Estas duas últimas são altamente tóxicas e mesmo cancerigenas, como já aqui foi explicado e os animais, por vezes depois de algumas melhoras, morrem prematuramente, enquanto a oncologia veterinária factura.
Porém, cuidar da alimentação dos bichos, oferecendo-lhes alimentação crua e água filtrada pode ajudar a prevenir e mesmo a curar o cancro.


Ziggy
Há um ano o meu gato Ziggy definhava. A veterinária que o castrou aos seis meses havia-me dito: «como é um macho dê-lhe latas e carne crua senão terá problemas renais». Achei interessante, já que outros veterinários sempre me disseram que os secos é que são bons. Apesar de lhe dar uma boa ração e um pouco de comida húmida, o bicho não estava bem. Foi então que me comecei a informar e percebi que a comida seca é em grande parte feita de cereais! Ora os gatos, ao contrário dos cães, são obrigatoriamente carnívoros - precisam de comer carne. Quanto às latas saem caras e não sabemos o que lá vem dentro - há inclusivé marcas que os meus gatos se recusam a comer. Comecei então a fazer uma receita de carne crua (peito de frango ou perú, coração, figado, gelatina, pó de casca de ovo, óleo de salmão e vitamina B) e o bicho está óptimo. Espero que esta dieta ajude a conservá-lo longe do horror do cancro.