terça-feira, 19 de setembro de 2017

Os meus suplementos


A alimentação, mais do que qualquer suplemento, é essencial para evitar o cancro, curá-lo (sim, a cura é possível nalguns casos) ou para ajudar a mitigar os efeitos secundários das terapias agressivas propostas pelos médicos.
No entanto, nem sempre é fácil encontrar esses alimentos numa dada estação do ano ou numa determinada geografia. Também é verdade que alguns suplementos sintetizam os compostos que queremos ir buscar aos alimentos de forma mais apropriada.

Eis alguns suplementos (muitos são estratos de plantas) que tomei em determinadas fase do tratamento ou que ainda hoje tomo:



Durante a Quimioterapia


Sais de Shussler



Anti-tumorais e/ou para favorecer a imunidade

Índole-3-Carbinol (estrato de crucíferas)

Kalanchoé Daigremontiana ou Pinata  

Cogumelos shiitake

Vitamina C



Anti-inflamatórios

Curcuma


Para substituir o anti-hormonal ou os inibidores de aromatase

Sementes de linho

Amora/framboesa/romã



Para a menopausa antecipada

Óleo de borragem ou onagra

Proteína/Amino-ácidos

Colagénio




Notem que, sempre que possível, como os vegetais, frutas ou plantas em vez de comprar os suplementos: muitas vezes é o fruto inteiro que tem as propriedades (como a amora ou a romã) e não apenas o estrato de uma das suas partes que é vendido por bom dinheiro nas lojas de produtos naturais. É que não há carteira que aguente tanto suplemento.




Consulta de naturopatia



Já depois de ter sido submetida à quimioterapia e à cirurgia, quando recusei a toma diária do Tamoxifeno (perdendo um indíce de 10 por cento de sobrevida segundo estatísticas que um médico me passou e que referi em post anterior) consultei Serge Jurasunas, um naturopata e cientista que pratica a oncologia integrativa, (Clínica Holiterapias em Cascais). Uma vez que o meu tumor fora estimulado pelo estrogénio (RE positivo em 90 por cento das células neoplásicas) pretendia que me indicasse algo que fizesse o efeito do anti-hormonal (ligar-se aos receptores de estrogénio) sem as suas consequências nefastas (cancro do útero, trombos, problemas oculares graves, aumento de peso, etc).

Começou por me fazer um teste de sangue após o qual afirmou que não tinha cancro. Disse-me também que a escolha era minha, mas que pensava que não deveria ter aceitado a quimioterapia (e eu bem me arrependia...) e que a radioterapia não me traria nenhuma vantagem.

Havia-me apresentado como investigadora e académica e penso que por isso me falou da sua investigação, de casos de cancro da mama em que o tratamento médico clássico apenas havia trazido mais complicações às suas pacientes que, com o seu tratamento integrativo e naturopata, tiveram sucesso. Entregou-me também um pequeno dossier com alguns dos seus artigos sobre o cancro da mama (no seu site há um página em construção sobre o assunto).

Quanto à minha questão específica, disse-me que a resposta estava nos brócolos, algo de que eu já tinha conhecimento.

Imagem do meu sangue: sem cancro.


Escolher o suplemento certo


Acabei por sair do consultório com uma pasta com conselhos sobre estilo de vida e alimentação e com uma lista de suplementos (foi-me dito que os poderia comprar ali ou noutro sítio): Biobran (160 euros), Kimun (90 euros), Zell-oxygen (29 euros), Griffonia (29.50 euros) e Indole-3-Carbinol (53 euros).

Como tento ir buscar à alimentação aquilo de que necessito e como já não tinha cancro (como o próprio Serge Jurassunas me mostrara) analisei os suplementos aconselhados para ver o que corespondia à minha necessidade específica de tentar substituir o anti-hormonal:

- Biobran. Consiste em saquetas de 1000 mg de farelo de arroz tratado enzimaticamente com cogumelo shiitake; trata-se de  fibras solúveis com efeito imuno-modulador.

 - Kimun. Indicado para a imonosenescencia, a perda da capacidade imonulógica com a idade. Consiste num composto de amino-ácidos e selénio.

- Zell-oxigen. Leveduras ricas em enzimas. Combate aos radicais livres produzidos a nível celular ou através de factores ambientais (poluição, tabaco) ou seja, combate o stress oxidativo.

- Griffonia simplicifolia. É do feijão desta planta que se extrai o amino-ácido 5HTP. Ajuda na regulação da serotonina e juntamente com a Vitamina B6 é usado para problemas de sono e depressão.

- Índole-3-Carbinol. É um composto contendo enxofre que se encontra nas crucíferas (bróculos, couves). Desintoxica, neutraliza os radicais livres, regula o ciclo celular. É um agnete quimio-preventivo nas neo-plasias quimio dependentes (alguns cancros da mama e próstata). Inibe a angiogenese, induz a apoptose das células e favorece a eliminação dos estrogénios (estrona e estradiol). Na marca aconselhada esse efeito era reforçado pela inclusão de linho.


A griffonia é algo que conheço há muitos anos e que tomo, por temporadas, para dormir melhor. Quanto aos outros suplementos acabei por escolher apenas aquele que correspondia ao motivo que me levou à consulta, o I-3-C, e só o tomo quando não tenho tempo de comer bróculos ou couves que uso regularmente nos meus batidos (quando vou de férias, ou ando em viagem).

Acredito que alguns destes suplementos poderão ser úteis para aquelas que têm/tiveram cancro da mama, sobretudo durante ou depois da quimioterapia ou ainda para aquelas que a recusaram e tentam debelar o cancro com a naturopatia.

No próximo post abordarei mais alguns dos suplementos que experimentei ou uso regularmente.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

De volta

Um dos meus melhores amigos foi operado a um cancro, o meu namorado está de luto pelo pai, vi-me obrigada a tomar a decisão  profissional mais difícil de sempre e comecei um dos mais importantes projectos da minha vida. Eis o que me impediu de alimentar este blog no mês passado. Regresso com um tema sobre o qual muitas de vós me pedem informação: a suplementação. Para usar durante o tratamento convencional;  para usar para recuperar das consequências do tratamento convencional; ou mesmo, para usar como substituto ao tratamento convencional. Até amanhã.